ACEROLA ( Malpighia glabra Linn.)

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Cereja-das-antilhas, Cereja-de-barbados ou acerola, como é mais conhecida atualmente no Brasil, apresentando uma certa semelhança com a cereja européia. O fruto apresenta cor vermelha forte quando maduro, variando entre os tons alaranjados e o púrpura, com um perfume semelhante ao da maça, com sabor ácido, polpa macia e cheia de suco.

A acerola é uma planta nativa das Antilhas, América Central e do norte da América do Sul. Por ser uma planta rústica e resistente, a acerola se propaga com facilidade em toda parte do mundo.

O interesse pela acerola e os estudos sobre suas potencialidades econômicas, no entanto, só foram despertadas à partir dos anos 40, quando descobriu-se na porção comestível da fruta altos teores de ácido ascórbico, ou seja, vitamina C. Sendo assim, o consumo de acerola é indicado para o combate de várias doenças humanas, como a gripe e afecções pulmonares, controle de hemorragias nasais e gengivais, auxilia no tratamento de doenças do fígado, além de evitar a perda de apetite e dores musculares.

Família: Malpighiaceae.

Origem: América Central- Antilhas.

Clima: Prefere regiões mais quentes, com temperaturas em torno de 25 à 27° C.

Solo: Desenvolve-se em qualquer tipo de solo contendo fertilidade mediana.

Porte: Arbustivo, podendo atingir até 3 m. de altura, com tronco se ramificando desde a base.

Propagação: Semente, estaquia e enxertia.

Preparo do solo: O terreno deve ser arado e gradeado para que possa oferecer as condições mínimas necessárias ao desenvolvimento inicial da planta.

Adubação: A adubação só pode ser recomendada mediante análise do solo e

análise foliar. Os elementos químicos que mais limitam a produção são o N, K e Ca.

Espaçamento: 4,0 X 4,0 m. ou 3,0 X 4,0 m.

Covas de plantio: 40 ou 60 m. nas três dimensões.

Plantio: Na estação chuvosa, podendo ser cultivado o ano todo.

Frutificação: 2 à 3 anos após o plantio.

Pragas: Pulgão, Bicudo e Mosca-das-frutas.

Doenças: Cercospora ou Mancha-das-folhas, Verrugose e Antracnose.

Produção: Considerando-se espaçamento 4,0 X 4,0 m., com 625 plantas/ha, cultura irrigada, com 4 safras no ano, a produção pode chegar a 100 Kg/planta/ano.

 CONTROLE DE PRAGAS NO CULTIVO DA ACEROLA


Apesar da rusticidade da acerola, a incidência de algumas pragas de maior ou menor interesse econômico tem sido observada com freqüência nas áreas irrigadas do submédio São Francisco, destacando-se, na estação seca, a dos pulgões.   

Pulgões

Podem causar sérios prejuízos à planta. Ao sugarem a parte final dos ramos, provocam seu murchamento e morte, o que força a planta a gerar brotos laterais. O ideal, neste caso, é fazer pulverizações de óleo mineral emulsionável, na concentração de 1 a 1,5% em água. Os pomares irrigados por aspersão sobre a copa têm apresentado, em geral, menor índice de infestação.

Bicudo
Faz sua oviposição no ovário das flores e nos frutos em desenvolvimento dos quais se alimenta nas primeiras etapas de seu crescimento. Em geral, os frutos atacados pelo bicudo ficam deformados. O controle se faz através de pulverizações com paration na época do florescimento, repetindo-se a pulverização após dez dias. Ainda, recolher e enterrar todos os frutos caídos no chão e eliminar as outras espécies do gênero Malpighia existentes nas proximidades do pomar.    

Nematóides
É a maior importância econômica. A aceroleira é muito sensível ao ataque de nematóides, principalmente os do gênero Meloidogyne. As plantas atacadas enfraquecem e apresentam menor desenvolvimento, tanto da parte aérea como das raízes, que encurtam e engrossam. Obter mudas sadias, produzidas em solos não infestados com fitonematóides, e utilizar leguminosas como Crotalaria spectabilis e Crotalaria paulinea para posterior incorporação ao solo são dicas para evitar a praga.    

Outros
Poderá ocorrer também o ataque de cochonilhas e cigarrinhas ainda não identificadas, porém de controle simples. Em geral esses insetos são controlados, sem maiores custos, ao se proceder às pulverizações para o combate das pragas de importância econômica.

Em certas épocas do ano, a mosca-das-frutas (Ceratitis capitata) causa prejuízos aos frutos da acerola. Recomenda-se a utilização de paration ou óleo mineral para o controle das cochonilhas e de enxofre para o controle dos ácaros, além de produtos à base de fenthion, como isca ou em pulverização, contra a mosca-das-frutas.


USO DE BIOFILME E REFRIGERAÇÃO NA CONSERVAÇÃO PÓS-COLHEITA DE ACEROLA

 
 O nordeste tem se destacado como região de maior produção de acerola no Brasil, sendo o estado de Pernambuco o segundo maior exportador desta fruta conhecida como fonte riquíssima de vitamina C (ácido ascórbico).


A acerola, assim como outros frutos, é altamente perecível uma vez que apresenta um elevado teor de umidade. O maior entrave na difusão e comercialização de acerola na forma de fruta fresca é sem dúvida a curta vida útil dos frutos após a colheita. Os frutos continuam sofrendo reações metabólicas, mantendo os processos fisiológicos ativos durante todo o período pós-colheita. A acerola passa por uma série de alterações durante os processos de maturação, amadurecimento e senescência, onde a clorofila é degradada paralelamente com o surgimento de carotenóides, antocianinas, açúcares redutores e principalmente, a acentuada perda de vitamina C .


Metodologias adequadas de armazenamento vêm sendo estudas com o intuito de diminuir as perdas pós-colheita dos frutos e prolongar sua vida útil, que é geralmente curta. O uso de refrigeração e atmosfera modificada reduz as perdas de massa, sabor, textura, cor e demais atributos de qualidade dos produtos. A utilização de CaCl2 na superfície de frutos tem mostrado um retardamento nos processos de amadurecimento e senescência destes, ao diminuir a taxa respiratória e produção de etileno, além de manter a firmeza do fruto ao formar ligações entre as pectinas ácidas da parede celular e lamela média.


A película de filmes comestíveis é uma proposta recente que utiliza como matéria-prima os derivados da amilose, da celulose ou do colágeno. Podem ser usados diretamente sobre os alimentos, e muitas vezes apresentam propriedades de barreira e de melhoria da aparência, da integridade estrutural e das propriedades mecânicas do alimento. A fécula de mandioca é uma das matérias-primas mais adequadas para a obtenção destas películas as quais melhoram o aspecto visual dos frutos e hortaliças, por serem transparentes, brilhantes, não pegajosas, além da sua fácil remoção com água e de seu baixo custo. Nos últimos anos, a professora Marney Cereda e colaboradores do Centro de Raízes e Amidos Tropicais (CERAT), da Universidade Estadual Paulista (Botucatu-SP) vêm desenvolvendo pesquisas relacionadas com filmes biodegradáveis a partir de fécula de mandioca com destaque na conservação pós-colheita de frutas e hortaliças, a exemplo de banana, goiaba, morango, pepino, pimentão e couve-flor.


Nesta pesquisa foram utilizados frutos de um genótipo de aceroleira do Banco Ativo de Germoplasma da Universidade Federal Rural de Pernambuco (BAG), a qual teve como objetivo avaliar a qualidade e a vida útil dos mesmos, através da utilização de biofilme de fécula de mandioca. Os frutos no estádio de maturação “de vez” foram desinfectados em água clorada (100 mg.L-1 cloro ativo) e recobertos com o biofilme nas concentrações de 1, 2, 3 e 4% (g/v) sendo considerado como controle, frutos sem película e armazenados em temperatura de 22°C e 10°C, ambas a 85%UR. Sólidos solúveis totais (SST), pH, acidez total titulável (ATT) e ácido ascórbico (AA) foram determinados no dia da colheita e em intervalos regulares durante o armazenamento. Durante o período de armazenamento, os frutos não considerados aceitos para consumo in natura foram descartados.

Os frutos recobertos com biofilme na concentração de 1 e 2% permaneceram com suas características de qualidade por um período de 15 dias a 10°C. A concentração de 1% proporcionou a manutenção do mais alto teor de ácido ascórbico.

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