Série planta: Cultivo do Abacateiro (Persea americana)

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(Persea americana Miller)
O abacateiro, pertencente à família Lauraceae, é uma frutífera de porte arbóreo, originária das regiões altas e baixas do México e América Central. Devido à sua origem adapta-se muito bem ao clima subtropical, principalmente os cultivares e híbridos das raças mexicana e guatemalense.

Suas flores, embora hermafroditas, apresentam protoginia, pelo que os cultivares são classificados nos grupos A e B. Por essa razão, para assegurar efetiva polinização, recomenda-se o interplantio de cultivares de ambos os grupos. O fruto é rico em proteínas (1 a 3%) e vitaminas A e B e encerra quantidade variável de óleo na polpa (5 a 35%), na maioria ácidos graxos insaturados (60 a 84%), de grande utilização nas indústrias farmacêuticas e de cosmético, com possibilidade de emprego na culinária, sozinho, ou em mistura com o azeite de oliva. Das folhas dos cultivares da raça mexicana e híbridos, que exalam odor de aniz quando maceradas, pode-se extrair óleo essencial, com alto teor de metil chavicol, utilizado na aromatização de alimentos.

Cultivares: mercado interno – Pollock (B), Simmonds (A), Barbieri (limeirão ou geada (B) – maturação precoce; Quintal (B), Fortuna (A) – meia estação; Ouro Verde (A), Breda (B), Reis (B), e Margarida (B) – maturação tardia. Mercado externo e/ou industrialização – Tatuí (B), Fuerte (B), Hass (A), Rincon (A) e Nabal (B).

Clima e solo: devido à origem de suas espécies botânicas ou raças hortícolas, tem ampla adaptação climática. A antilhana, a guatemalense e a mexicana são, pela ordem, as raças mais adaptadas a clima mais quentes e mais frios, desenvolvendo-se desde regiões ao nível do mar até mais de 2.000m de altitude. Em regiões quentes, com a antecipação da colheita, o ciclo florescimento-maturação dos frutos é encurtado, e em regiões frias, este ciclo é mais dilatado, ocorrendo um atraso na colheita. Este fato é de fundamental importância no planejamento dos pomares quanto à escolha dos cultivares, recomendando-se, para as regiões quentes, os cultivares precoces e para regiões frias os de meia-estação e tardios. A precipitação de 1.300mm anuais é um índice satisfatório para o bom desenvolvimento das plantas, desde que bem distribuída. Os solos devem ser profundos, bem drenados e sem camadas de impedimento, evitando-se aqueles sujeitos ao encharcamento.

Práticas de conservação do solo: plantio em nível, capinas em ruas alternadas, com a utilização de cobertura vegetal nas entrelinhas, mantendo-a rasteira no período chuvoso através de roçadeira ou uso de herbicidas em faixas. Em terrenos com declividade acima de 6% associar terraceamento, de acordo com o manejo e tipo de solo, ou utilizar patamares ou banquetas.

Propagação: as mudas são formadas por enxertia do tipo garfagem no topo em fenda cheia, usualmente em porta-enxertos da raça antilhana. Para pomares instalados em regiões sujeitas a geadas, é recomendável a formação das mudas em porta-enxertos mexicanos ou guatemalenses. As sementes retiradas dos frutos colhidos da planta são postas a germinar em canteiros de areia grossa e logo após sua germinação os porta-enxertos são repicados para sacos plásticos e colocados em ripados à meia-sombra, onde são enxertados quando alcançarem o diâmetro de um lápis. Após a enxertia são mantidos por 30 dias no ripado, e depois, aclimatados ao sol para posterior plantio no campo. É imprescindível o tratamento do solo dos recipientes.

Plantio: no período das chuvas ou, fora dele, com irrigação. Evitar a quebra do torrão; proteger do sol o tronco da muda na região de enxertia. Irrigar a muda até o seu pegamento. Plantio alto com o torrão 5cm acima do nível do solo.

Espaçamento: 10 x 10m a 10 x 5m.

Mudas necessárias: 100 a 200/hectare.

Dimensão das covas: 40 x 40 x 40cm.

Calagem e adubação: de acordo com a análise de solo, elevar a saturação por bases a 60% empregando-se o calcário dolomítico.

Adubação de cova: 20 litros de esterco de curral, ou 4 litros de esterco de galinha, 250g de P2O5, misturando bem com a terra da superfície, 30 dias antes do plantio. Em cobertura, aplicar 60g de N fracionado em 3 vezes no período chuvoso aos: 30, 90 e 150 dias após o pegamento da muda.

Adubação de formação: no segundo e terceiro anos, 100 a 150g de N e, de acordo com a análise de solo, 40 a 200g de P2O5 e 0 a 100g de K2O em três parcelas, ao redor de cada planta e na projeção das copas. No quarto ano, 300g de N e, de acordo com os teores no solo, 120 a 300g de P2O5 e 0 a 200g de K2O. Os micronutrientes zinco e boro serão aplicados nas formas de sulfato de zinco a 0,25% e ácido bórico a 0,10% em duas aplicações, via foliar, na primavera e no verão, anualmente.

Adubação de produção: para meta de profundidade entre 10 e 25 t/ha, aplicar 60 a 120 kg/ha de N, quando o teor de N nas folhas for inferior a 20 g/kg. De acordo com a análise de solo, aplicar 20 a 120 kg/ha de P2O5 e 30 a 150 kg/ha de k2O. Fracionar a dose anual de fertilizantes, especialmente N e K, em três vezes, durante a estação das chuvas. Fazer duas pulverizações foliares, em setembro e fevereiro, com 50g de ácido bórico e 250g de sulfato de zinco em 100 litros de água.

Controle de pragas e doenças: formigas-cortadeiras: iscas formicidas (dodecacloro). Proteção do caule da muda com cones ou “saias” de plásticos; besouro-de-Limeira e amarelo: pulverização com inseticidas organofosforados (fenitrothion ou trichlorfon); cochonilhas: produtos à base de óleo mineral mais o inseticida parathion methyl; coleobrocas: tratamento do tronco e ramos mais grossos com a mistura de inseticida fosforado, água e espalhante adesivo associado a outras medidas profiláticas; lagarta das folhas e dos frutos: pulverizações com inseticidas organofosforados (fenitrothion e trichlorfon); antracnose, cercosporiose e verrugose: pulverizações com mancozeb ou oxicloreto de cofre, na abertura das primeiras flores, quando os frutinhos tiveram 2 a 3cm e, se necessário, em janeiro-fevereiro, no segundo fluxo vegetativo; gomose: utilizar mudas sadias, escolher solos profundos e bem drenados e fazer plantio alto; oídio: pulverizações com enxofre no florescimento quando as plantas apresentarem queda excessiva de folhas; murcha de Verticilium: mudas sadias e instalação do pomar distante de plantas hospedeiras do patógeno (batata e tomate).

Outros tratos culturais: capinas mecânicas nas entrelinhas e coroamento manual das plantas.

Colheita: de janeiro a dezembro, com pico em abril e maio. É feita utilizando-se escadas e tesouras apropriadas, ou “apanhadores de saco” que são utilizados para colher os frutos nas partes mais altas da copa. Consistem em longas varas de bambu, de aproximadamente 4m de comprimento, providas na extremidade de uma sacola de tecido resistente presa a um aro ferro de ¼”, com cerca de 20cm de diâmetro, tendo no extremo oposto da vara uma lâmina de metal cortante de aproximadamente 5cm. Os frutos não devem ser colhidos sem pedúnculos, os quais devem ser aparados, deixando-se 6 a 10mm de seu comprimento para facilitar o acondicionamento na embalagem.

Produtividade: 10 a 25 t/ha.

Culturas intercalares: culturas anuais de porte baixo, dando-se preferência às leguminosas (feijão e soja), durante os 3 ou 4 primeiros anos.

Comercialização: mercado interno: caixa K (23kg) e caixa M (27kg); mercado externo: caixa de papelão ondulado tipo telescópica total (tampa e fundo) com 4 a 6kg de peso líquido.

Fonte: Boletim, IAC, 200, 1998.
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