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Resumo: A bacia do rio Araguaia contempla ecossistemas e atividades econômicas que coexistem entre os biomas Cerrado e a Amazônia. Em sua calha, a pesca artesanal promove trabalho, renda, segurança alimentar e identidade cultural a milhares de famílias. A Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) e Parceiros visitaram 14 municípios do Tocantins visando conhecer as tecnologias, a socioeconomia e os principais conflitos associados à pesca artesanal na margem tocantinense do rio Araguaia. Neste sentido, tendo a abordagem participativa como metodologia, foi gerada uma confiança mútua entre técnicos e pescadores durante as oficinas locais em 2016. O Objetivo foi trocar experiências que pudessem subsidiar pesquisas tecnológicas e modelos de gestão mais inclusivos. Estima-se que a pesca é exercida por um contingente de 4.500 pescadores, atuando numa frota de 2 mil embarcações, em diferentes ambientes/paisagens ecológicas. Foram registradas 14 estratégias de captura. A grupadas em três categorias (emalhes, linhas/anzóis e arpões). A principal e mais importante estratégia, é o emalhe (malhadeira). As embarcações são predominantemente em madeira e sua carpintaria engloba uma grande variedade de recursos florestas. Tanto o emalhe quanto as embarcações em madeira, possuem grande potencial de desenvolvimento tecnológico com o uso materiais alternativos e sustentáveis. Os métodos de abate e conservação do pescado a bordo incluem boas práticas, mas ainda requerem atenção. A cadeia produtiva ainda necessita de ações que visem melhorar os rendimentos e diminuir desperdícios desde a captura até a comercialização. Apesar da importância socioeconômica e da segurança alimentar (60% da produção é consumida), a pesca artesanal ainda é pouco estruturada também do ponto de vista da governança. Neste sentido, é necessário a manutenção de fóruns permanentes com maior participação dos pescadores artesanais, assim como acontece em diversos estados da federação. Os fóruns ampliam o debate e fortalecem a governança local, sendo este, elemento importante no desenvolvimento da cadeia produtiva da pesca artesanal no estado do Tocantins.
Ano de publicação: 2022
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