As bananeiras pertencem à família botânica Musaceae e são originárias do Extremo Oriente. É uma planta típica das regiões úmidas com crescimento contínuo, hibernando somente em condições de temperatura ou umidade desfavoráveis. Sua altura varia de 1,8 a 8,0m.
Dada a característica de emitir sempre novos rebentos, o bananal é 
permanente na área, porém com as plantas se renovando ciclicamente. A 
banana é um alimento energético, sendo composta basicamente de água e 
carboidratos, contém pouca proteína e gordura. É rica em sais minerais 
com sódio, magnésio, fósforo e, especialmente, potássio. Há 
predominância de vitamina C, contendo também A, B2, B6 e niacina, entre 
outras.
Cultivares: para exportação e mercado interno – 
Grande Naine, Jangada, Lacatan, Nanica, Nanicão, Poyo, Piruá, Valery e 
Willians; mercado interno-mesa – Branca, Colatina Ouro, Enxerto (Prata 
Anã), Grande Naine, Leite, Maçã, Mysore, Jangada, Nanica, Nanicão, Ouro,
 Ouro da Mata, Pachá Naadan, Padath, Platina, Poyo, Prata, Prata Zulu, 
São Domingos e São Tomé; para fritar – Farta Velhaco, Figo cinza, Figo 
Vermelha, Maranhão, Ouro, Terra, Terra Caturra e Terrinha; compota – 
Grande Naine, Nanica, Nanicão, Ouro, Piruá, São Domingos e Valery; doce 
em massa – Branca, Grande Naine, Jangada, Nanica, Nanicão, Prata, Piruá,
 Valery e Willians; purê – Grande Naine, Jangada, Lacatan, Nanica, 
Nanicão, Poyo, Piruá, Valery e Willians.
Clima e solo: a temperatura ideal para a bananeira 
está entre 20 e 24ºC, sendo aceitável a faixa de 15 a 35ºC. Temperaturas
 acima de 35ºC e, especialmente, abaixo de 12ºC provocam paralisação no 
seu desenvolvimento e danos aos frutos. O cultivar Nanica é o mais 
sensível ao frio e Maçã, o mais resistente. Evitar áreas com ocorrência 
de geadas ou ventos fortes. O total de chuvas por ano deve ser superior a
 1.800mm, chegando-se a um consumo de água em áreas irrigadas de 3.000mm
 ao ano. O cultivar Ouro é pouco tolerante à falta de água, o Nanica e 
Nanicão, medianamente tolerantes, os outros resistem mais a períodos de 
seca. Umidade relativa alta, acima de 80%, favorece o desenvolvimento 
das plantas, entretanto, em áreas mais úmidas há maior incidência de 
doenças nas folhas e frutos. Preferir solos bem drenados (lençol 
freático abaixo de 60cm), pouco acidentados e evitar os sujeitos à 
inundação.
Práticas de conservação do solo: plantar em nível; 
na formação do bananal em relevo acidentado, capinar ruas alternadas, 
utilizar culturas de cobertura entre as fileiras de plantas ou manter o 
solo coberto, manejando a vegetação espontânea com raçadeira ou 
herbicida. Dispor os pseudocaules cortados em fileiras, formando curvas 
de nível.
Propagação: retirar mudas de bananeiras livres de 
nematóide, broca ou mal-do-panamá. Escalpelar toda a parte escura do 
rizoma. Em muda tipo filhote, eliminar raízes velhas. No caso de 
aquisição de mudas produzidas por biotecnologia, exigir garantia quanto 
ao percentual máximo de ocorrência de mutação somaclonal.
Plantio: podem ser empregadas mudas tipo pedaço de 
rizoma ou rizoma inteiro (chifrinho, chifre, chifrão, replante ou 
guarda-chuva). Quanto mais leve a muda, mais tempo para frutificar. 
Mudas produzidas por biotecnologia são mais precoces e perfilham mais. 
Colocar pouca terra sobre a muda; por ocasião da primeira capina, 
completar o fechamento da cova ou sulco. Dispondo de irrigação, o 
plantio pode ser feito todo o ano; sem irrigação, preferir o início da 
estação das chuvas. No caso de mudas obtidas a partir de cultura de 
tecidos, plantá-las diretamente no campo somente se houver boas 
condições de umidade. Evitar o plantio em épocas com temperaturas 
menores que 15ºC.
Espaçamento: cultivares de porte baixo ou médio – 2 x 2m ou 2 x 2,5m; porte alto – 2 x 3m ou 3 x 3m.
Mudas necessárias: porte baixo ou médio: 2.000 ou 2.500 mudas por hectare; porte alto: 1.111 ou 1.333 mudas por hectare.
Covas: 30 x 30 x 30cm ou sulcos em nível com 30cm de profundidade.
Calagem e adubação: proceder à análise de solo para 
determinar as necessidades de adubação e calagem. A quantidade de adubo 
por planta varia em função de uma meta de produtividade, dos teores de P
 e K do solo e do espaçamento do bananal. Aplicar calcário para elevar a
 saturação por bases a 60%, usando sempre calcário dolomítico; manter o 
nível de Mg acima de 9,0mmolc/dm3.
Adubação de plantio: aplicar antes do plantio, por 
cova, 10 litros de esterco de curral curtido ou 2 litros de esterco de 
aves ou 1 litro de torta de mamona, especialmente em solos arenosos. 
Para uma meta de produtividade entre 20 a 50 t/ha e, dependendo do teor 
de P no solo (alto, médio ou baixo), aplicar 20 a 100 kg/ha de P2O5, 
misturados com a terra no fundo da cova ou sulco. Em solos deficientes, 
aplicar também 5kg/ha de Zn.
Adubação de formação: para a mesma meta de 
produtividade e dependendo dos teores de P e K no solo, aplicar 40 a 70 
kg/ha de N e 30 a 120 kg/ha de K2O aos 30-40 dias após o plantio. Aos 70
 a 90 dias, aplicar 20 a 100 kg/ha de P2O5, mais 90 a 180 kg/ha de N e 
70 a 280 kg/ha de K2O. Aos 120-150 dias aplicar mais 60 a 100 kg/ha de 
N, 50 a 170 kg/ha de K2O. Utilizar adubos (fontes de N ou P) que 
forneçam sulfato (30 kg/ha/ano de S). Distribuir o adubo em círculos de 
100cm de diâmetro ao redor das plantas.
Adubação de produção: as adubações anuais de N, P e 
K, por família de plantas, deverão ser ajustadas  em função da 
produtividade esperada e dos teores de P e K obtidos pela análise de 
solo. Parcelar a adubação em três vezes (início, meio e fim da estação 
das chuvas) e em áreas irrigadas em seis vezes, distribuindo o adubo em 
uma faixa a 40cm, em semicírculo de 100cm de raio, na frente do rebento 
mais jovem (sentido do caminhamento do bananal). Aplicar por ano 120 a 
500 kg/ha de N, 20 a 260 kg/ha de P2O5 e 130 a 730 kg/ha de K2O.
Controle de pragas e doenças: broca e nematóides - 
plantar somente mudas livres de broca e nematóides; aos 30 dias após o 
plantio, aplicar nematicida sistêmico rente à muda e antes de fechar a 
cova, repetindo o tratamento após 6 meses. Em mudas obtidas por 
biotecnologia e em áreas livres de nematóide, não é preciso fazer esse 
tratamento no plantio. No bananal em produção, aplicar o nematicida logo
 após a colheita dentro da planta-mãe com o auxílio da lurdinha. Após 6 
meses, repetir o tratamento dividindo a dose entre os filhos 
desbastados. Vírus – eliminar todas as plantas com sintomas. 
Mal-de-sigatoka – atomizar mensalmente de outubro a maio, óleo mineral 
com fungicida. Mal-do-panamá – utilizar cultivares tolerantes.
Reforma do bananal: efetuar reformas periódicas nos 
bananais. Um indicador de ordem prática do momento em que o bananal 
exige uma reforma é a inexistência de neto quando da colheita da mãe.
Outros tratos culturais: manter o solo sempre limpo 
com capinas manuais ou herbicida em jato dirigido. Em terrenos 
declivosos, fazer somente roçadas ou usar herbicida de contato. Não 
empregar cultivares em bananais com mais de 1m de altura. Após as 
adubações, eliminar as folhas velhas com penado ou facão e retirar as 
brotações supérfluas com a lurdinha, deixando apenas uma família por 
cova. Escorar os cachos em bananais com raízes fracas ou em áreas 
sujeitas a ventos fortes.
Colheita: o ano todo, 12 meses após o plantio, 
quando a fruta atingir a plenitude de seu desenvolvimento (mercado 
interno) ou segundo o diâmetro da fruta solicitado pelo importador.
Produtividade normal: um cacho por pé ao ano, com peso, segundo o cultivar, de 5 a 80kg.
Cultivaras intercalares: feijão de mesa, apenas no período de formação. Não usar gramíneas.
Comercialização: a comercialização de frutos em 
cachos tende a diminuir, evoluindo para penca ou buquê (6 a 8 bananas) 
acondicionado em embalagens padronizadas (torito, caixa de madeira ou 
papelão). Frutos para mercados próximos podem ser climatizados 
(amadurecidos em estufa) nas regiões produtoras, para áreas mais 
diferentes, climatizar no destino.
Fonte: Boletim, IAC, 200, 1998.

